domingo, 15 de abril de 2012

Agripino nega fusão com PSDB e diz que DEM tem papel especial na política

Senador José Agripino (DEM-RN) O Globo / Aílton de Freitas
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Abatido pelo escândalo da Operação Monte Carlo, que sugou o senador Demóstenes Torres, o DEM, antigo PFL, nega que esteja cogitando uma fusão com o PSDB. De acordo com o presidente da sigla, Agripino Maia (DEM/RN), o partido tem um papel especial na política brasileira. “O espaço que nos está reservado é o da centro-direita, com ideias liberais”, disse ele ao jornal O Globo. “Este é um país que está ficando menos competitivo a cada dia. Esse tamanho do Estado brasileiro, a enorme carga tributária e o aumento do gasto público são inviáveis no longo prazo.”

O DEM ainda mantém uma arrecadação de R$ 5,4 milhões por ano do fundo partidário e mantém como principais estrelas, além de Agripino, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Com a queda de Demóstenes, o discurso da ética se perdeu. Agripino, no entanto, destaca a possibilidade que o partido tem de eleger prefeitos em cidades como Salvador, Aracaju, Macapá e Feira de Santana como um sinal da “força” do partido.

O fato, no entanto, é que, desde o avanço de programas sociais como o Bolsa Família, o DEM começou a perder espaço nos rincões do País, que antes eram dominados por coronéis da política.

Confira a entrevista ao O globo

Como o senhor vê a redução do partido, que já foi o maior do país?

JOSÉ AGRIPINO: A situação de hoje é uma coisa, a perspectiva de futuro é outra. Hoje, o Democratas é um partido depurado. É um partido que perdeu nomes, mas manteve sua essência. Hoje o DEM é menor, mas se fala mais de nós do que de vários partidos com mais deputados que nós.

E o capital eleitoral?

AGRIPINO: Tivemos lideranças que perderam as eleições, mas não o capital político. Marco Maciel, Heráclito Fortes, José Carlos Aleluia continuam atuando. Todos eles ainda mantêm sua força e sua respeitabilidade.

Muitos parlamentares falam que caso a eleição deste ano for ruim, a fusão é inevitável.

AGRIPINO: Falar em fusão agora é uma piada de mau gosto. Por que devemos prever um mau resultado quando a perspectiva é positiva? Nós lideramos as pesquisas em Aracaju, Salvador, Macapá, Mossoró, Feira de Santana... Nós temos todas as condições de sair dessas eleições maiores do que entramos.

O fato de ter ficado os últimos nove anos na oposição, depois de décadas como governo, foi decisivo para a redução da legenda?

AGRIPINO: Não posso negar que o êxito das políticas públicas do governo Lula tenha impedido a reeleição de muitos dos nossos.

Ainda há espaço ideológico para o partido?

AGRIPINO: Nosso papel na política brasileira é especial. O espaço que nos está reservado é o da centro-direita, com ideias liberais. Este é um país que está ficando menos competitivo a cada dia. Esse tamanho do Estado brasileiro, a enorme carga tributária e o aumento do gasto público são inviáveis no longo prazo. E nós temos de cumprir o papel de denunciar esses fatos.

Fonte: O Globo e Brasil 247

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