Por Fernando Brito
do Tijolaço
O Instituto Cidadania divulgou a fala de Lula, ontem, sobre este caso das prisões do Ministério do Turismo. É óbvio que, ao editarem sua fala, os jornais procuraram dar a impressão de que o ex-presidente estava defendendo privilégios para funcionários acusados de corrupção.
Veja o que disse Lula:
“Olha, eu vou te dizer uma coisa com sinceridade, e o que eu vou dizer agora eu dizia quando era presidente da República. Primeiro, eu acho que só existe um jeito de as pessoas não serem presas neste país: as pessoas andarem na linha. Ao mesmo tempo, não é aceitável que uma pessoa que tenha endereço fixo, que tenha RG, que tenha CIC, essa pessoa seja presa como se fosse um bandido qualquer e algemado como se estivesse participando de uma exposição pública. Eu acho que é preciso que as pessoas tenham responsabilidade porque, na medida em que você coloca a cara de uma pessoa em um jornal, sendo presa e algemada, e no dia seguinte prova que ela é inocente, é preciso que tenha alguém que tenha a coragem de vir a público pedir desculpa, porque nós estamos cansados de ver injustiça acontecer neste país. Eu acho que nunca houve na história do Brasil um presidente que trabalhasse mais na fiscalização. É só você entrar no site da Controladoria-Geral da União para você saber o que é feito todo dia em fiscalização, quanta gente já foi presa da área do setor público. Agora, é preciso que a gente não exponha inocentes. Eu acho que pessoas que tenham direitos cívicos não deviam ser tratadas como se fosse um…”
“Deixa eu dizer para vocês uma coisa: a PF é uma instituição da maior respeitabilidade. A gente não pode julgar uma corporação por um equívoco de um delegado ou de um funcionário. Obviamente que, como tem corintiano exagerado tem são-paulino exagerado, palmeirense exagerado, jornalista exagerado, político exagerado, pode ter um policial da Polícia Federal que extrapolou o bom senso da sua atuação.”
Como se vê, não há nenhum absurdo. Absurdo é o que fez a TV Globo, colocando a Sra. Clarice Copetti entre os presos numa chamada do Jornal Nacional e, depois, limitando-se a dizer que havia sido um erro.
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