Wagner Rossi disse que “só um político é capaz de pautar Veja e Folha”, referindo-se a José Serra; ao 247, o editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila, disse que, ali, o que pauta é a notícia; já o redator-chefe da revista, Mario Sabino (foto), preferiu informar que “Veja não vai se pronunciar”
247 - Em sua carta de demissão, o ex-ministro Wagner Rossi cutucou não uma, mas duas onças da mídia com as próprias mãos. “Sei de onde partiu a campanha contra mim”, escreveu ele. “Só um político brasileiro tem capacidade de pautar Veja e Folha (...) para que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias”.
A referência velada é, ninguém duvida, a José Serra, político com diálogo direto com diferentes jornalistas do País, preferencialmente entre os que possuem posição de mando em redações. Mas daí a dizer que ele “tem capacidade de pautar Veja e Folha” é ir bem além.
247 levou o tema aos comandos das redações de Veja e Folha para checar, afinal, se Serra, mesmo sem ser um assalariado nessas publicações, tem mesmo a capacidade de ditar assuntos a serem abordados (pauta). Procuramos saber, além disso, se Serra também tem poderes para manter os assuntos “por tantos dias” nas páginas dos dois veículos, como Rossi apontou.
O editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, rechaçou a afirmação do ex-ministro.
“A Folha não é, nunca foi nem considerada a situação de ser pautada por um político”, registrou Dávila por e-mail ao 247. “O jornal é pautado por notícia e pela defesa do interesse do leitor, sempre seguindo os princípios editoriais de apartidarismo, independência e pluralidade”, completou.
Em Veja, a atitude foi bastante diferente. Procurado pelo repórter Evam Sena, de 247 em Brasília, o redator-chefe da revista, Mario Sabino, foi evasivo. "Veja não vai se pronunciar sobre esse assunto", disse, deixando uma pergunta simples sem resposta: afinal, Serra é ou não é pauteiro da publicação da editora Abril?
No Senado, um dos melhores amigos de Serra, o senador tucano por São Paulo Aloysio Nunes Ferreira, não gostou nada dos termos da carta de Rossi. “É uma absurdo querer jogar a culpa pra cima da imprensa”, disse. “Não foram apenas a Folha e a Veja que trataram desse assunto”. O senador lembrou que também em Ribeirão Preto, onde ele tem seu berço político, assim como o ex-ministro Rossi, a imprensa noticiou os escândalos no Ministério da Agricultura. “A Tribuna de Ribeirão, a Gazeta de Ribeirão, a Folha de Potirendabe, O Globo, o Estadão, o Correio Braziliense, todos foram atrás desse assunto”, elenco
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