Por Rodrigo Cavalcante
Depois do PMDB do Senado, agora é a vez da bancada peemedebista na Câmara se rebelar contra o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN). Dizendo contar com quase metade do partido, 38 do total de 80 deputados, o grupo alega que a bancada não é consultada pelo líder, que tomaria decisões apenas de comum acordo com a cúpula peemedebista.
"O clima é de insatisfação e não de revolta", disse ontem o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). "Não tem rebeldia", garantiu Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Os integrantes do grupo de "independentes" do PMDB acusam o Henrique Alves de priorizar seu projeto pessoal, que é se eleger presidente da Câmara no ano que vem, em detrimento dos interesses da bancada. "E o projeto pessoal dele não pode ficar acima do projeto coletivo da bancada", observou Forte. O grupo é formado principalmente por deputados da região Sul e pelos novatos.
O descontentamento dos independentes aumentou com o anúncio de que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deverá ser escolhido relator do projeto de Código Civil. "Nada contra o Eduardo Cunha. Mas seria melhor indicar para a relatoria um jurista e não um financista", disse Forte. No dia anterior, os descontentes fizeram uma reunião e chegaram a ameaçar apoiar o pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar corrupção. Uma das mais irritadas com a atuação do líder é a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), primeira-vice-presidente da Câmara.
Para tentar acalmar a bancada e evitar uma eventual adesão de parte do PMDB à CPI, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), pretende se reunir com os deputados na próxima terça-feira. Henrique Alves participará do encontro para pôr panos quentes e se comprometer a atender as reivindicações dos deputados do partido
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