O líder do PSDB do Senado, Alvaro Dias (PR), criticou ontem a aproximação entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e a presidenta Dilma Rousseff. “Não cabe à oposição participar da encenação. Temos de exercer nosso direito de minoria e investigar a corrupção que existe no governo”, afirmou.
N a quinta, FHC foi o grande anfitrião de Dilma na visita que a presidenta fez a São Paulo para lançar o programa Brasil Sem Miséria na região Sudeste. Na oportunidade, o ex-presidente da República teria dito aos governadores tucanos Antonio Anastasia, de Minas Gerais, e Geraldo Alckmin, que era contra a CPI da Corrupção.
“A manifestação dele não foi partidária. Ele deve ter se solidarizado pelo fato de já ter sido presidente e saber das agruras no poder”, afirmou. “A presidenta Dilma já tem muitos apoios na base aliada. Não precisa da oposição para ajudá-la”, completou o líder do PSDB no Senado, que é o principal articulador da CPI na Casa.
Apesar de integrarem o PSDB, Alckmin e Anastasia tentam manter uma boa relação com Dilma. O governo mineiro, por exemplo, já deu declarações amistosas sobre a presidenta. Disse até que não faria oposição administrativa ao governo da petista. Nos bastidores, Anastasia manter a aliança do PSDB mineiro com o PT para reeleger o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). Firmado em 2008, o acordo pode ser renovado para a eleição de 2012.
O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse não acreditar que FHC seja contra a CPI da Corrupção. “Não vi nenhuma declaração dele neste sentido. Ele sabe separar a boa relação pessoal da política”, disse. “Do ponto vista partidário, o PSDB apoia em peso a CPI da Corrupção”, completou.A reconquista
Com problemas na base aliada desde janeiro, Dilma deu início a um movimento para se reaproximar de lideranças no Congresso. Realizou uma série de encontros. Primeiro com deputados e senadores do PMDB. Depois com representantes do PTB, PRB, PSC e PP. Nesse último encontro, Dilma lamentou a saída do PR da base aliada.
Segundo o iG apurou, a presidenta chegou a dizer que o senador e presidente do PR, Alfredo Nascimento (AM),se precipitou ao deixar o Ministério dos Transportes, no começo de julho, em meio a denúncias de corrupção na pasta e no Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) _ o episódio ficou conhecido como “faxina” porque mais de 20 pessoas foram demitidas.
Nesta sexta-feira, o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), afirmou que Dilma convidou o partido a voltar para a base aliada. Apesar de Nascimento ter dito que o partido entregaria todos os cargos, a sigla mantém posições importantes no segundo e terceiro escalões de governo.
Além de reconquistar os partidos da base, Dilma recebeu na quinta-feira lideranças do PSD, partido que está em processo de criação é comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Em café da manhã no Palácio do Planalto, estiveram presentes cerca de 40 deputados, um senador e dois governadores. Apesar de declarar a sigla independente, Kassab sinalizou apoio à Dilma.
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