sexta-feira, 13 de julho de 2012

Bola da vez, Wilder diz não ter gratidão por Cachoeira



Brasil 247 - Wilder Morais (DEM-GO), suplente do ex-senador cassado Demóstenes Torres, disse ontem no microbolg Twitter que conversa gravada pela Operação Monte Carlo entre ele e Carlinhos Cachoeira está fora de contexto. No grampo, o contraventor diz ter indicado o empresário para a suplência de Demóstenes.
"Áudio exibido pela imprensa mostrando Carlos Cachoeira dizendo q me indicou a suplente e secretário é fragmento de uma conversa...", alega Wilder, na primeira de quatro mensagens. Em seguida, afirma que ele e o contraventor discutiam "sobre questões de foro íntimo, que resultou na separação da esposa". Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira, foi casada com Wilder por seis anos.
Na conversa grampeada, Cachoeira sustenta ter sido ele a iniciar Wilder na vida política:
– Fui eu que te pus na suplência, essa secretaria, fui eu. Você sabe muito bem disso.
Wilder dá a entender que concorda:
– Carlinhos, deixa eu te falar um negócio procê. Pensa um cara que nunca teria, enfim, encontrado um governo, que nunca teria sido bosta nenhuma, cara. Você tá falando com esse cara.
No Twitter, Wilder afirma, no terceiro post, que "ao contrário do que vem sendo divulgado, meu real propósito não foi mostrar gratidão, mas pôr fim a uma conversa constrangedora." E conclui: "Se a íntegra da conversa fosse divulgada, a interpretação dos fatos certamente seria outra."
O grampo caiu como uma bomba no Senado, segundo notícia do jornal O Popular, de Goiânia. “O fato de ter sido indicado para a suplência pelo Cachoeira é uma suspeição evidente. Não acho justo prejulgar, mas os fatos falam mais alto. Na hora que você toma posse, se submete à luz do sol. Se você tiver razão, não derrete”, disse ao jornal o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
O líder do PT, Walter Pinheiro (BA), também diz a O Popular que Wilder poderá ter de se explicar no Conselho de Ética: “Nossa obrigação é colher explicações na CPI ou no Conselho de Ética, se necessário for. Além dele ter a obrigação de dar uma explicação ao eleitorado de Goiás, ele tem a responsabilidade com o Brasil”.
Explicações
Antes de incursão de Wilder pelo Twitter, o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que iria cobrar explicações do empresário. Maia quer que o futuro novo colega esclareça também denúncia de que omitiu bens em suas declarações ao Tribunal Superior Eleitoral e à Receita Federal. Sobre esse episódio, Wilder argumenta que os empreendimentos citados, dois shoppings centers, pertencem ao Grupo Orca, onde é um dos cotistas: "Isso consta em minha prestação de contas", disse pelo Twitter.
O grupo Orca possui shopping centers em Goiânia, Anápolis, Valparaíso de Goiás, Uberaba e Medellín, na Colômbia.
O pedido de explicações do presidente do Democratas acontece depois de noticias veiculadas na imprensa goiana dando conta de que Wilder não estaria disposto a seguir à risca as orientações do partido. Atualmente secretário de Infra Estrutura do Governo de Goiás, o empresário teria encomendado estudos jurídicos sobre a possibilidade de filiar-se ao PSD sem correr o risco de perder o mandato de senador.
Wilder não teria interesse em confrontar a base de apoio ao governo federal no Senado. O empresário tem relações com todas as forças políticas em Goiás. Ele foi um importante doador para a campanha de Pedro Wilson (PT) a prefeito de Goiânia, em 2004. Wilson é ao atual Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.


Em Tempo
Atualizado às 11:05



De surpresa, suplente de Demóstenes Torres toma posse no Senado

De acordo com a Folha de São Paulo,  Suplente do ex-senador Demóstenes Torres, Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) tomou posse nesta sexta-feira (13) no Senado para assumir o mandato deixado vago com a cassação do ex-líder do DEM. Ele chegou de surpresa, surpreendendo inclusive os três senadores que estavam na Casa, e a cerimônia de posse durou menos de cinco minutos.

Pouco antes de tomar posse, telefonou para integrantes da Mesa Diretora do Senado comunicando que estava em Brasília e queria ser empossado. Entrou no plenário esvaziado no início da sessão desta sexta-feira e foi empossado como senador por Ciro Nogueira (PP-PI), que estava ocupando a presidência do Senado.

"Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil", disse em um rápido juramento de posse.

A estratégia de Wilder permitiu que o novo senador fugisse do cerco da imprensa, uma vez que assume o mandato sob a suspeita de ter sido indicado para a suplência de Demóstenes pelo empresário Carlos Cachoeira. Logo depois de ser empossado, deixou o Senado discretamente.

O novo senador tinha até 60 dias para tomar posse, mas assumiu o cargo 24 horas depois da cassação de Demóstenes ser publicada no "Diário Oficial" do Senado. Wilder terá seis anos e meio de mandato, o que restava para ser concluído pelo ex-senador.


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