por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
Na edição desta
sexta-feira (11/05) do jornal carioca O Globo, mais especificamente na coluna
do jornalista Ilimar
Franco, figura a seguinte informação:
Pela
segunda-vez na semana, um dos veículos que assumiram a defesa in limine de Veja
sobre sua relação suspeita com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira
tenta “matar” o assunto com declarações atribuídas aos delegados que
participaram das Operações da Policia Federal Vegas e Monte Carlo.
Na terça-feira
(09/05), foi o jornal Folha de São Paulo que usou depoimento de um delegado a
fim de encerrar a suspeição sobre a revista. Segundo o jornal, em matéria
intitulada “Relação da mídia com Cachoeira é alvo de perguntas”, consta que “No depoimento do delegado Raul
Souza à CPMI do Cachoeira, o depoente, questionado se havia “matérias
encomendadas” por Cachoeira na revista Veja, disse que (…) elas denotam apenas
relação entre repórter e fonte”.
Diante disso, o
Blog da Cidadania procurou o membro titular da CPMI do Cachoeira deputado Paulo
Teixeira. A breve entrevista que o deputado pelo PT de São Paulo concedeu a
esta página explica melhor mais essa estratégia desonesta de Folha de São Paulo
e de O Globo para confundir o público.
Confira,
abaixo, a entrevista:
Blog da
Cidadania
– Deputado Paulo Teixeira, os jornais Folha de São Paulo e O Globo vêm
publicando notas afirmando que os dois delegados da Polícia Federal que já
foram ouvidos pela CPMI que o senhor integra teriam absolvido o jornalista
Policarpo Júnior, da revista Veja, das suspeitas de que um e outra podem ter
servido à quadrilha de Carlinhos Cachoeira. O senhor confirma essa
“absolvição”?
Paulo
Teixeira
– Não confirmo. Primeiro, porque nenhum dos dois delegados tinha por função
analisar esse assunto. Eles cuidavam de descobrir a origem do dinheiro da
quadrilha que financiava suas relações com políticos e empresas. Em segundo
lugar, o delegado citado pela Folha atuou na operação Vegas, em 2009, e o
delegado citado por O Globo até respondeu que as gravações não mostraram que
Policarpo “praticou ou participou de crime”, mas, em seguida, retificou essa
informação afirmando que não tinha como afirmar isso justamente porque seu foco
na investigação foi outro. O jornalista Ilimar Franco não cita a segunda
afirmação, só cita a primeira.
Blog da
Cidadania
– Pelo que se entende, deputado, se esses delegados não podem responder a essa
questão sobre a culpabilidade ou não de Policarpo e Veja, quem pode responder?
Existe algum depoente que pode esclarecer essa questão?
Paulo
Teixeira
– Quem poderá dar essa resposta será a CPMI, investigando e esmiuçando não
apenas depoimentos, mas as gravações. Só para que se tenha uma idéia do volume
que há de material a examinar e da falta de elementos dos delegados
citados para responderem à pergunta sobre a culpabilidade de Veja, o delegado
Matheus Mella Rodrigues, citado em O Globo, relatou que teve acesso a “apenas”
40 conversas entre Policarpo e a quadrilha, sendo que há mais de 200.
Blog da
Cidadania
– O senhor pode dizer se ao menos Policarpo será convocado pela CPMI para se
explicar?
Paulo
Teixeira
– Ele será convocado, sim.
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