segunda-feira, 11 de julho de 2011

Palmeiras volta ao G4

Fernando Dantas/Gazeta Press
Patrik e Maikon Leite marcaram gols na vitória por 3 a 0 do Palmeiras no clássico contra o Santos


Aos 45 minutos do primeiro tempo, um forte chute de Patrik definiu o clássico no Pacaembu neste domingo. Com disposição, velocidade e menos desfalques, o Palmeiras precisou só da metade inicial do jogo para fazer 3 a 0 no Santos e ampliar para sete o número de partidas seguidas em que está invicto diante do rival.

O time de Luiz Felipe Scolari nem precisou de Kleber, desfalque por contestada lesão, para aproveitar-se principalmente das deficiências do lado direito da defesa - basicamente, Pará. Luan e Gabriel Silva souberam usar este fato para criar os gols de Maikon Leite, aos 21, Mauricio Ramos, aos 29, e Patrik, aos 45 minutos do primeiro tempo.
A segunda metade do confronto foi insuficiente para o Santos sem Neymar, Ganso e Elano, que estão na seleção brasileira. Sob os gritos de olé da torcida alviverde, o time da Vila Belmiro teve que se conformar por não conseguir vencer o adversário desde 18 de abril de 2009.
Vencedor sempre que foi mandante neste Brasileiro, a equipe do Palestra Itália volta à zona de classificação para a Libertadores, em quarto lugar, com 18 pontos - divide a terceira colocação com o São Paulo, mas perde no número de vitórias. Já o Santos, ainda devendo duas partidas, aparece em 16º, com os mesmos oito pontos do Atlético-GO, que está na zona de rebaixamento.
Em confronto marcado para o próximo domingo, também no Pacaembu, o Palmeiras enfrenta o Flamengo, às 16 horas (de Brasília) com a possibilidade de tirar do clube carioca a vice-liderança do Brasileirão. No sábado, às 21 horas, o Peixe volta a atuar na Vila Belmiro para enfrentar o Atlético-MG.
O jogo - Por cerca de cinco minutos, o Santos cumpriu sua promessa de atacar o Palmeiras. Muricy Ramalho colocou Diogo aberto pela direita, com Richely fazendo o mesmo do outro lado e Borges centralizado. O trio ainda tinha a subida de Arouca e Danilo como típicos armadores, em estratégia suficiente para prender a saída de bola palmeirense.

A tática, entretanto, não sobreviveu à alternativa similar e a maior disposição dos mandantes no clássico deste domingo. Comandado por Marcos Assunção, que chegava até a ficar entre os zagueiros, o Verdão passou a ter qualidade para ir avançando e ganhando o campo adversário.
Com a calma e a experiência do volante tocando a bola atrás, logo o trio de ataque santista ficou totalmente isolado. Enquanto Arouca e Danilo tentavam ajudar, Rodrigo Possebon era insuficiente como único volante a segurar os rivais, que vinham em velocidade e tinham oportunidade de encarar os defensores em duelos individuais.
O cenário ainda contava com a ânsia palmeirense em ser rápido para roubar a bola e levantar a cabeça em busca de quem melhor estivesse colocado pelos lados. A equipe alvinegra até conseguia se segurar no lado esquerdo de sua defesa, ocupado por Léo, mas a direita, com Pará, passou a ser uma avenida, até porque Maikon Leite e Dinei, substituto de Kleber, confundiam com constante movimentação.
Cicinho pouco se arriscava pela direita, para não dar espaços para Léo em suas costas. E nem precisava avançar. O Verdão atuava por ali mais para preencher espaço e ganhar o campo, ora com Márcio Araújo, ora com Patrik e, mais raramente, Cicinho. A deficiência santista estava em Pará, e era muito bem explorada por Gabriel Silva e, principalmente, Luan.
Aos 21 minutos, a dupla foi fatal. Gabriel Silva deu um drible da vaca em Pará e rolou para Luan, que prendeu a bola até o momento exato em que Maikon Leite pôde receber livre na área para driblar Rafael e abrir o placar. Uma jogada tão veloz que o Santos só foi perceber quando a bola estava nas redes de Rafael.
Estava clara a estratégia palmeirense, e o adversário não sabia como coibi-la. Até quando Pará conseguiu desarmar Luan, aos 29 minutos, deu errado: na cobrança de escanteio de Marcos Assunção, o goleiro Rafael ficou indeciso ao deixar sua meta e Mauricio Ramos aproveitou para subir na pequena área e testar nas redes.
Com Elano, Ganso e Neymar na seleção brasileira, o Peixe não tinha ninguém em campo capaz de levar a bola ao seu inútil trio de atacantes - Diogo não foi o armador que se esperava. O Palmeiras também não tinha Lincoln, mas nem precisava. Luan usou e abusou da marcação de Pará na chance de provar que merece ter seu contrato renovado. Aos 45 minutos, o atacante driblou o lateral como quis, o desarmou depois de ter errado uma finta e inverteu com um passe rasteiro para Patrik soltar a bomba no ângulo de Rafael.

Foi o último lance do primeiro tempo. Sem entender ou demonstrar muita disposição para correr atrás do adversário, o Santos partiu para o intervalo reclamando da falta de concentração, justificativa para que ninguém conseguisse ajudar Pará na marcação a Luan ou Gabriel Silva.
No segundo tempo, o desfalcado time de Muricy voltou com três novidades na tentativa de sair do campo de defesa: os garotos Roger e Felipe Anderson e a vontade que faltou. O efeito na partida foi que o Peixe deixou de ser somente marcador para também sem marcado, mas sem o ânimo ou qualidade necessária para evitar a derrota que já era certa desde a etapa inicial.
Completamente dono do confronto, o Palmeiras tinha na movimentação de Márcio Araújo a estratégia para dificultar que a bola chegasse aos pés dos santistas com perigo para Marcos. Bastava se aproveitar da vantagem adquirida no primeiro tempo e trocar passes com calma sob os olhos abofados de seu rival.
Como sempre tem ocorrido até agora no Brasileiro, o Verdão conseguiu três pontos como mandante. Como sempre tem ocorrido desde as semifinais do Campeonato Paulista em abril de 2009, o time não foi batido pelo Santos. Vitória de quem se dispôs a correr pelo resultado desde o início e precisou de 45 minutos para construí-la.

da Gazeta Esportiva

Por Robson Araújo
Eq. fatos e versões

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