Por Rodrigo cavalcante
Reinaldo Azevedo, para quem não conhece, é um senhor de certa idade, que deveria se dar ao respeito (mas não se dá) e escreve na latrina que se vangloria de ter a maior tiragem das revistas nacionais.
Azevedo, para quem acompanha, espalha palavras de ódio através das páginas impressas e da internet, acobertado pelo marco da liberdade de imprensa, direito do qual ele abusa todos os dias para mentir, defenestrar, achincalhar e jogar na lama a reputação de todos aqueles de quem ele não gosta e especialmente, de todos aqueles de quem seus patrões não gostam.
Afinal, como bem sabemos, nada melhor do que um cão sabujo para fazer as vezes de quem não tem a coragem de mostrar a cara e vestir a suástica.
A respeito do nazista norueguês que matou quase cem pessoas esses dias, Azevedo teve a coragem e a desfaçatez de desdizer aquilo que o próprio assassino disse. Azevedo falou que o discurso dele não tinha intenções políticas. Ora, como não tinha? Ele mesmo falou que queria interromper o crescimento das esquerdas em seu país e em toda a Europa, especialmente dos partidos trabalhistas! Isso não é político?
Na visão de Azevedo, claro que não. Ele usa as palavras como bem entende. Não se pauta por nenhum milímetro de ética ou profissionalismo. Se a parede é branca e para seus patrões, branco não serve, dirá que ela é preta.
Aliás, bem ao contrário. Na visão de Azevedo e seus mantenedores, preto não poderia nunca se sobrepor a branco.
Na esteira de sua perversa intenção, Azevedo ainda acusa as mesmas esquerdas que tiveram seus representantes brutalmente assassinados, de agirem fora da lei, enquanto os partidos de extrema direita da Europa agem sempre no "marco" da legalidade. O tal "marco" que o próprio Azevedo desrespeita todo santo dia.
Não dá pra acreditar como é que um cara desses empunha o teclado de seu computador, para falar tanta sandíce. Azevedo só não defende o assassino, porque óbvio, pegaria muito mal. Mas ele defende as idéias de um fundamentalista, que neste caso, nem era muçulmano e e momento algum, por setor NENHUM da imprensa, foi chamado de terrorista.
Terrorismo, como sabemos, é uma pecha destinada tão somente aos cidadãos provenientes de países pobres, que não têm direito à sobrevivência e à dignidade, e que quando se enchem de bombas no próprio corpo, por não terem aviões ou tanques de guerra para lutar contra a opressão, ousam desafiar o status quo. Status quo este, raivosamente defendido nas páginas da Veja e em sites correlatos.
Azevedo, no auge de um delírio quase lisérgico, consegue, dentro de sua torpe cabecinha, dizer que o terrorista loiro de olhos azuis é apenas um louco, sem conotações políticas. Apenas um "inconformado".
De fato, igual era Adolf Hitler. Outro inconformado com as esquerdas, os judeus e os comunistas. Também com os pretos, os ciganos e os homossexuais. Também com todos aqueles que em sua doentia mentalidade, eram responsáveis pela pobreza alemã.
Na cabeça de Hitler, os arianos eram sempre portadores da boa intenção, e ungidos pelo cálice sagrado de Deus. Nos textos de Azevedo, para quem consegue ler sem vomitar, se percebe o mesmíssimo pensamento.
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