terça-feira, 26 de junho de 2012

Dilma e colegas tentam vacina contra “golpe disfarçado”


por Cristina Lemos

De todos os aspectos preocupantes relacionados à crise no Paraguai, o precedente político é o que mais temor causa entre os parceiros sulamericanos. Nesta sexta-feira, em Mendoza, Argentina, as nações do Mercosul devem emitir o sinal mais duro possível de reprovação ao empeachment de Fernando Lugo, como forma de se precaver da repetição de rupturas democráticas na região.

Apesar do alarde que tentarão fazer os governantes reunidos em Mendoza, o efeito da eventual suspensão do Paraguai do Mercosul e da Unasul, terá resultado principalmente simbólico. A possibilidade de reversão do quadro no Paraguai é nula, mesmo porque a reação popular ao empeachment não chega sequer a pressionar o Congresso.

Assim sendo, o recado dos vizinhos ao Paraguai será dado: as relações só serão normalizadas com o resgate das regras democráticas. Mas o estrago está feito.  A direita tomou de volta o poder de um presidente sem respaldo congressual, ignorando o resultado eleitoral que o colocou no posto.

Com novas eleições previstas para abril, espera-se que a “normalidade democrática” seja restabelecida no Paraguai, que, no entanto, deve enfrentar um turbulento processo eleitoral.

A presidente Dilma e seus colegas do Mercosul, membros titulares ou associados, marcarão posição para tentar evitar novos retrocessos. Mas estão distantes da vacina para golpes brancos.

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