quarta-feira, 27 de junho de 2012

Aécio e o disco arranhado


O senador Aécio Neves voltou à carga, expondo Minas Gerais como exemplo e alternativa para o Brasil, no contexto da crise internacional.
A lenga-lenga é a mesma: choque de gestão e déficit zero. Com Minas crescendo acima da média nacional, recuperou-se a capacidade do estado de prover a infraestrutura, e dá-lhe blá-blá-blá.
Pedimos desculpas aos leitores. Vamos, mais uma vez, desmentir o senador.
Depois de nove anos, o "choque de gestão" revelou um estado quebrado, o mais endividado do Brasil, sem capacidade de elaborar projetos até para captar recursos federais, e comprovadamente, falido. Tanto que Anastasia teve de apelar ao Tribunal de Contas do Estado, para pedir uma estranha "autorização" no sentido de investir os mínimos constitucionais em saúde e educação, somente em 2014.
Se o governo Aécio fez uma excelente gestão, por que costumeiramente fraudou as prestações de contas de seus governos, incluindo gastos constitucionalmente vedados com inativos, saneamento de empresa de capital aberto e outras rubricas em saúde e educação?
Infraestrtutura para o desenvolvimento. A rigor, a não ser pela assinatura de 300 protocolos de intenções, seus dois governos não trouxeram nenhum grande empreendimento industrial para Minas Gerais. O que veio foram ampliações de atividades previamente existentes, e assim mesmo, com fortes incentivos do governo federal.
O "déficit zero", alardeado por ele, já foi desmontado pelo economista e professor Fabrício de Oliveira, da UNICAMP: não passou de "contabilidade criativa". Empréstimos foram considerados receita arrecadada. Somou-se para alcançar o propalado "equilíbrio" fiscal até um calote na dívida da estatal CEMIG. Isso, sem falar no arrocho salarial dos servidores, a precarização de serviços, o sucateamento de instituições de pesquisas e privatização de serviços.
Nenhum outro governo estadual do PSDB, que inicialmente tenha caído no engodo do "choque de gestão" e recebeu sua equipe de consultores e técnicos, faz apologia ao mesmo.
Na falta do que escrever ou dizer, Aécio dá um tiro no pé. Se for esse seu arsenal político, então é muito limitado. A máquina de propaganda de seus governos enganou parte do eleitorado mineiro, por algum tempo. Agora, caiu a máscara. Se não convence nem em Minas Gerais, o que dirá sobre a disputa no Brasil.
Enquanto isso, só lhe restará repetir o disco, até arranhá-lo totalmente.
Leia:
Anexo: Artigo Aécio - 28 maio.docx


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