quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dilma se irrita com PP, partido tenta trégua na bancada

Por Rodrigo Cavalcante

A presidente Dilma Rousseff ficou irritada com a divisão na bancada do Partido Progressista (PP) na Câmara, nesta quarta-feira, principalmente após a divulgação de uma entrevista do ministro das Cidades, Mario Negromonte, em que ele faz ameaças a colegas de legenda.
Na manhã desta quarta, segundo relato de um assessor do Palácio do Planalto, a presidente ficou contrariada ao saber dos comentários do ministro ao jornal O Globo em que ele ameaça divulgar a "folha corrida" dos parlamentares que estão contra ele na Câmara.

Mais tarde, segundo esse assessor que falou sob a condição de anonimato, Dilma chamou Negromonte ao Palácio para questionar as declarações dadas na entrevista. Até então, a presidente considerava a divisão preocupante e já havia pedido ao ministro que tentasse acalmar a tensão.
A entrevista de Negromonte serviu apenas para colocar combustível na briga e é tida por seus aliados na bancada como uma reação de quem está sendo acuado, mas admitem que as declarações não colaboraram em nada para apaziguar a guerra aberta no PP.

"Se tu estás sendo acusado, injustiçado, atingido na sua honra, na sua moral, no seu patrimônio político, uma hora o sujeito explode", disse o deputado Nelson Meurer (PR), ex-líder da bancada e que há cerca de duas semanas foi substituído pelo grupo de insatisfeitos pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
O novo líder tentou diminuir a tensão durante o dia, mas não escondeu a indignação com Negromonte. "A bancada é formada por homens honrados. Cabe a ele explicar o que disse. Não vamos entrar num jogo que não interessa à bancada", disse a jornalistas.

A disputa interna tem argumentos diferentes dos dois lados. O grupo que apoia o ministro alega que os adversários ficaram alinhados à oposição nas eleições do ano passado e agora querem tomar o controle da bancada.
O novo comando dos deputados do PP desmente a acusação e diz que trocou o líder porque não havia debate interno e Meurer não dividia suas decisões com os demais colegas.
"A bancada está rachada, 20 para um lado, 20 para o outro", disse Meurer, explicando ainda que esse número varia de acordo com a pauta.

Reuters

Nenhum comentário: